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segunda-feira, dezembro 9, 2024

De vendedor no mercado da família a dono de franquia odontológica de R$ 150 milhões: a transformação de um empreendedor.

NegóciosDe vendedor no mercado da família a dono de franquia odontológica de R$ 150 milhões: a transformação de um empreendedor.

Manoel Alvino é dono da rede Ortoestética, que nasceu em João Pessoa (PB) há mais de 15 anos e hoje está presente em 23 estados brasileiros. Agora, acaba de criar uma holding para adquirir negócios de saúde

O primeiro emprego de Manoel Alvino foi como empacotador em um supermercado que a família tinha no Recife (PE), do final dos anos 1990 até meados dos anos 2000. Ele se dividia entre as atribuições do cargo e a faculdade de odontologia. Depois, ainda começou a dar aulas de física para complementar a renda. Hoje, é dono da rede Ortoestética, que nasceu em João Pessoa (PB) e já tem mais de 270 franquias. No ano passado, o faturamento foi de R$ 150 milhões.

Alvino, hoje com 42 anos, lembra que a opção por estudar odontologia veio após ouvir um amigo médico da família dizer que dentistas ganhavam mais do que ele. Apesar de ter escolhido o curso com a visão financeira, ele acabou se apaixonado pela área. “Me encantei porque era algo com um propósito muito grande e que mexia com a autoestima das pessoas”, diz.

No final da faculdade, ele resolveu entrar em um curso de ortodontia. “Consegui um colégio com aulas pré-vestibulares para dar aulas de física à noite, e equilibrei tudo.” Foi quando ele precisou deixar o negócio familiar, mas com uma visão de transformar a vida de todos por meio da criação de um negócio. “Eu ficava pensando como podia usar o ofício do dentista para dar uma vida melhor para os meus pais.”

No final da faculdade, Alvino foi estagiar no consultório que um amigo trabalhava. Um tempo depois, o dono disse que pretendia vender o espaço. Alvino e o amigo resolveram se juntar para comprar o espaço. Antes mesmo de se formar, ele já tinha uma clínica própria. “Eu gostava de dar aulas, mas só estava naquilo ainda por causa do dinheiro. Quando a odontologia passou a dar mais retorno, eu saí da educação.”

Dois anos depois de formado, Alvino resolveu se juntar com a então namorada para abrir uma clínica própria. Como ela era formada em estética, eles resolveram criar um negócio híbrido. Daí nasceu a Ortoestética, em 2005. A aposta para bombar o negócio seria a mídia televisiva. Como o mercado recifense já era bem concorrido, ele resolveu olhar para os lados, e percebeu uma oportunidade em João Pessoa (PB), que ainda não tinha nenhuma grande rede de clínicas próprias. No cenário nacional, marcas como Sorridents e Odontocompany já despontavam, mas ele queria fazer o seu nome localmente.

Em 2011, Alvino já tinha 18 filiais próprias da Ortoestética em cidades próximas à capital paraibana e em Pernambuco. Foi nessa época que os dentistas que trabalhavam com ele demonstraram interesse em abrir um negócio parecido. “Fui estudar formas de replicar o modelo que eu havia desenvolvido. Visitei uma feira de franquias para entender como funcionava e gostei muito. Abri a primeira unidade franqueada em 2011.” Com o tempo, ele também passou a repassar as unidades próprias para franqueados.

Mais recentemente, Alvino segmentou o negócio em três formatos diferentes, para atender a mais cidades e perfis de empreendedores. É possível abrir uma franquia compacta, de 60 metros quadrados, por R$ 198 mil; ou uma grande, com quatro consultórios, que demanda um aporte de R$ 380 mil.

Uma avenida relevante de crescimento tem sido a conversão de consultórios particulares em franquia. Nesse caso, o investimento depende da estrutura que o empreendedor já tenha, mas pode girar em torno de R$ 60 mil a R$ 90 mil.

O negócio começou a crescer nacionalmente em 2018, e já está em 23 estados. De lá para cá, Alvino investiu na criação de um alinhador ortodôntico próprio, o OrtoKlear, e criou a holding Salute em 2021. “Foi um negócio pensado para trazer negócio de saúde para o grupo. Começamos a selecionar algumas marcas que podem trazer serviços complementares”, diz. Ele não revela o fundo disponível para essas aquisições, mas diz que o investimento se dá por meio de “smart money”. Cinco empresas já estão sendo avaliadas para serem adquiridas.

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